Insolvências: 40% da Restauração e 32% do Alojamento admitem cenário nos próximos dois meses

Por a 10 de Dezembro de 2020 as 9:44

O setor da restauração e do alojamento turístico são um dos mais afetados pelas consequências da pandemia da COVID-19. Depois de um ano atípico, com vários meses de portas fechadas, e outros tantos com uma quebra na faturação, 40% dos empresários da restauração e 32% do Alojamento Turístico admitem avançar com insolvência nos próximos dois meses, caso não tenham apoios à tesouraria.

De acordo com o mais recente inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) feito aos seus associados, entre 30 de novembro e 7 de dezembro ,no Alojamento Turístico  “mais de 18% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade”, alerta em comunicado.

No que respeita ao novo Programa Apoiar, à data do inquérito 65% das empresas referiram não ter apresentado candidatura. Cerca de 32% das empresas refere que, caso não obtenham incentivos a fundo perdido, nos próximos dois meses não dispõem de tesouraria suficiente para manter os seus negócios.

Nesta atividade, 39% das empresas não registaram qualquer ocupação no mês de novembro e 32% indicou uma ocupação máxima de 10%. Para o mês de dezembro, cerca de 45% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e mais de 32% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. Para os meses de janeiro e fevereiro a estimativa de ocupação zero agrava-se, sendo referida por mais de 56% das empresas.

“Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de novembro foi devastadora: 39% das empresas registaram perdas acima dos 90%. Como consequência da forte redução de faturação, mais de 25% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em novembro e 9% só o fez parcialmente. Ao nível do emprego, 28% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 33% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e cerca de 27% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Mais de 14% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano”, adianta a associação.

Restauração e Bebidas com quebras de faturação de 60% em novembro

Já na Restauração e Bebidas, 40% das empresas admitem avançar  para insolvência, dado que “as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade”.

Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de novembro foi de 56% com perdas acima dos 60%. Como consequência da forte redução de faturação, cerca de 16% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em novembro e 15% só o fez parcialmente.

“Perante esta realidade, 46% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 30% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e 17% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Cerca de 17% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano”, acrescenta a AHRESP.

No que respeita ao novo Programa Apoiar, à data do inquérito, 46% das empresas referiram não ter apresentado candidatura. Mais de 48% das empresas refere que, caso não obtenham incentivos a fundo perdido, nos próximos dois meses não dispõem de tesouraria suficiente para
manter os seus negócios.

Cerca de 78% das empresas explora os seus negócios em espaços arrendados. 62% das empresas já tentaram reduzir o valor da renda mensal. No entanto, 65% dos senhorios não aceitou qualquer redução. As rendas comerciais pesam, em regra, 20% dos custos de funcionamento. Perante esta situação, 45% dos arrendatários já estão em incumprimento (65% já tem 3 ou mais meses de rendas em atraso).

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