Metade da praça hoteleira nacional está encerrada e espera reabrir em março

Por a 9 de Dezembro de 2020 as 12:22

Perto de metade dos hotéis em território nacional estão atualmente encerrados. De acordo com o mais recente inquério feito pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), 45% dos hotéis em Portugal Continental e ilhas estão de portas fechadas. Em média, as unidades hoteleiras perspetivam permanecer encerradas durante 4,1 meses, a contar a partir de novembro. O cenário mais negro é traçado nos Açores, onde os hotéis admitem estender este período para os sete meses, só voltando à operação em maio.

Os dados do Inquérito Flash AHP ‘Encerramentos na Hotelaria 2020’, realizado entre 13 de novembro a 2 de dezembro, e apresentados esta quarta-feira, 09, revelam ainda que 46,4% dos hotéis encerrados espera reabrir em março. “É muito impressionante perceber que vai haver um período muito longo de ausência de funcionamento destas unidades”, lamentou Cristina Siza Vieira. A CEO da associação que representa os hoteleiros alertou ainda para o facto de perto de um quarto dos inquiridos (23,7%) não ter ainda uma previsão de quando é que retomá a atividade. Dos 545 estabelecimentos hoteleiros inquiridos, apenas um vai encerrar definitivamente.

A brutal quebra de hóspedes nas unidades nacionais foi uma das consequências da pandemia da COVID-19 que ditou o encerramento destes hotéis. Embora não tenham reservas que justifiquem a operação em pleno, 40% das unidades inquiridas admite  abrir portas pontualmente, caso se justifique. No Alentejo, 70% dos hoteleiros abre portas aos fins-de-semana e em Lisboa 51% dos hotéis reabre  para a realização de eventos.

Já os hotéis que continuam em operação, que representam 55% da oferta nacional, diminuiram a oferta de quartos. Em média, os hotéis estão a operar com menos 26% de quartos disponíveis o que, no total, significa que há uma redução na oferta de unidades de alojamento de 72%.

Em outubro, a AHP traçava dois cenários de perdas possíveis para a hotelaria nacional para este ano, um mais contido e um mais dramático, com quebras de faturação e de dormidas entre os 70% e os 80%. Agora, Cristina Siza Vieira não hesita em apontar o quadro mais pessimista como sendo o mais real, o que significa que a hotelaria nacional vai terminar 2020 com uma quebra de 46,4 milhões de dormidas e com uma perda de 3,6 mil milhões de euros de receitas  para o setor, um decréscimo de -80% face a 2019, para ambos os indicadores.

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