Restrições aos fins de semana levam Pestana a colocar trabalhadores das Pousadas em lay off

Por a 26 de Novembro de 2020 as 10:51

O grupo Pestana vai colocar os trabalhadores das Pousadas de Portugal em lay off devido às restrições dos dois próximos fins de semana impostas pelo governo e que limitam  não só a circulação na via pública com o recolher obrigatório como proíbem a circulação entre concelhos  entre 27 de novembro e 2 de dezembro e entre 4 e 8 de dezembro.

“As unidades turísticas seguem os protocolos e não tem havido grandes problemas em termos daquilo que é a pandemia a expandir-se nas unidades hoteleiras. Há unidades hoteleiras que viviam dos fins de semana. No caso das Pousadas [de Portugal] é disso que vivemos. Ao serem impedidas nestes dois fins de semana, mudámos o regime que tínhamos. Estávamos num regime em que toda a gente estava  trabalhar e tivemos de mudar para a retoma progressiva [apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade] e colocar grande parte [dos trabalhadores] em suspensão total porque não havendo fins de semana, não há atividade”, afirmou o CEO do Pestana Hotel Group,  à SIC Notícias, na noite desta quarta-feira, 25.

José Theotónio adiantou que grande parte dos funcionários do grupo  estão já em regime de suspensão total de trabalho e que, no caso das funções administrativas, vigora o teletrabalho. Atualmente, o maior grupo hoteleiro nacional tem 40 hotéis encerrados, do total de 60, e oito Pousadas de Portugal abertas.

“As Pousadas contavam muito com estes dois fins de semana para poderem ter, no fundo, aquela receita que lhes permitia continuar abertas durante o mês de dezembro. Elas [as unidades] não estão proibidas de funcionar; mas se os clientes estiverem em concelhos que têm um nível elevado de risco não podem sair a partir das 13h00 da unidade hoteleira. Isto perde todo o sentido. Não se manda encerrar as unidades mas elas encerram por natureza”, lamentou o responsável em entrevista ao programa. ‘Negócios da Semana’.

Para os próximos meses, o empresário desenha um cenário negro para a hotelaria. “Até março deveríamos hibernar, porque não vai acontecer nada neste setor, as coisas só vão piorar. O grande problema até março é que hoje, nos finais de novembro, ainda não sabemos se vão ou não haver medidas para o primeiro trimestre de 2021. O primeiro trimestre vai ser provavelmente dos piores meses a seguir a abril e maio em que tivemos completamente fechados”, antevê.

Recorde-se que o CEO do grupo hoteleiro português assumiu, em entrevista recente ao semanário Expresso, que o grupo espera uma quebra superior a 200 milhões de euros na operação deste ano.

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