Luzzo: “Tivemos índices de faturação enormes face ao problema que existia”

Por a 20 de Novembro de 2020 as 9:56

O investimento em comunicação foi a arma que colocou a Luzzo a caminhar em contraciclo em plena pandemia. A marca franchising de pizzarias “está mais forte”, garante o diretor-geral Ramiro Saraiva, que atesta o crescimento da operação em várias lojas. Não houve despedimentos e já foram inaugurados mais três espaços no país com a insígnia da marca. “

A Luzzo investiu mais em comunicação neste período do que alguma vez o fez. Fez a diferença e foi uma boa aposta. Apostamos em comunicação quando mais ninguém o estava a fazer. Nas notícias só se dizia que estava tudo fechado, que a restauração ia despedir. O facto de estarmos abertos permitiu-nos chegar às pessoas que não nos conheciam e as que nos conheciam ficaram a saber que podiam continuar a consumir Luzzo em casa. Tivemos índices de faturação enormes face ao problema que existia”, explica.

Durante os meses iniciais da pandemia, a operação teve de ser reajustada e funcionou totalmente em ‘delivery’ e ‘take-away’. No total, encerraram seis lojas, cinco delas na zona Norte, devido ao elevado número de casos de COVID-19, e apenas uma em Lisboa. As restantes 12 mantiveram-se em funcionamento, com uma equipa reduzida – a Luzzo recorreu ao regime de ‘lay-off’ para os empregados que tiveram de ficar em casa.

Os restaurantes reabriram no final de abril. Na média das 18 lojas não houve um crescimento face ao ano anterior, à exceção de alguns casos pontuais. “Não crescemos mas outra coisa é faturar bem, pagar a estrutura e ter lucro. Em pandemia o máximo de quebra foi -42% e no restaurante com melhor desempenho foi apenas de -16%. Há uma loja que vai crescer 25% face ao ano anterior e há lojas que já atingiram índices de faturação pré-COVID”, adianta o responsável.

Os restaurantes reabriram no final de abril e o serviço no espaço físico já está a operar normalmente. “Na fase pandémica funcionámos 100% em ‘delivery’ e ‘take-away’. Antes disto tínhamos 10% a 20%, no máximo. Agora a percentagem subiu para os 30%. Temos novamente o consumo. Somos latinos, estávamos ansiosos por ir para a rua, comer, conviver. Em tempos de pandemia somos mais comedidos, mas as pessoas querem ir para os restaurantes e para as lojas e isso está-se a revelar, temos novamente 70% de faturação em loja e o restante corresponde à fatia de ‘delivery’ e ‘take away’.

 

Estratégia e crescimento

Para Ramiro Saraiva o turismo nunca foi o segmento-alvo da marca e, por isso mesmo, os restaurantes não estão a ser afetados com a quebra de estrangeiros a visitar o país. “Assentámos o nosso negócio em três pilares: mercado empresarial e mercado residencial que são fundamentais e o turismo vem por acréscimo. Não temos lojas definidas para zonas turísticas, à exceção da Baixa do Porto que está situada junto a estação de São Bento. Essa é uma zona claramente turística e aí sim, estamos a sentir uma enorme diferença de faturação porque não há turismo. Esta nossa aposta desde início veio a surtir agora efeito. O turismo hoje está a funcionar mas é muito volátil em termos económicos. Alavancamos as lojas sempre em empresas e residências – empresas para cobrir os almoços e o mercado residencial para cobrir os jantares. Felizmente não estamos dependentes do turismo mas se vier, obviamente, fantástico”, analisa.

A Luzzo já inaugurou mais três lojas e até ao final do ano espera abrir portas a outras três, totalizando 24, no total. O objetivo, em janeiro, era atingir os 30 restaurantes este ano e só não é cumprido devido aos atrasos que as obras sofreram por terem de estado paradas nos meses anteriores.  Para os próximos cinco anos há a ambição de chegar às 80 lojas em todo o território nacional.

 

Investidores mantêm o interesse mas com cautela

Mal a pandemia deu sinais de ter chegado para ficar, e face ao cenário de incerteza, houve dois investidores que desistiram dos projetos de franchising que estavam a celebrar com a marca de restauração. Ainda assim, estes foram casos isolados, garante o diretor-geral da Luzzo que  explica o interesse na parceria continua acontecer, embora que em menor escala. “O facto de estarmos a abrir e a trabalhar bem reforçou a confiança nas pessoas que investiram em nos. Todos os dias continuamos a receber pedidos de contacto de pessoas para saber quanto custa um franchising da Luzzo, onde podem abrir e como podem fazer. Em 2016 recebíamos um pedido de contacto por mês e hoje um por dia. Antes da pandemia contabilizávamos três contatos por dia”, indica.

*Artigo publicado na edição 176 d revista Publiturs Hotelaria

 

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