Empresas de panificação e pastelaria foram menos afetadas pela pandemia

Por a 13 de Novembro de 2020 as 8:37

O agravamento da concorrência entre os diversos operadores, uma maior sensibilidade dos clientes ao preço e a
forte queda da procura por parte da hotelaria são alguns dos constrangimentos que permitem antecipar uma
queda de receitas e da rentabilidade do setor da panificação e pastelaria industriais em 2020. Ainda assim, cerca
de metade das empresas do setor apresenta resiliência financeira elevada ou média-alta, facto que poderá ser
decisivo para enfrentarem a presente conjuntura.

Os dados são da Informa D&B e são apresentados hoje na AIP – Associação Industrial Portuguesa, em Lisboa,
num seminário sobre o futuro deste setor em Portugal e que é promovido pela Associação dos Industriais de
Panificação, Pastelaria e Similares de Lisboa.

Segundo o Indicador de Resiliência Financeira criado pela Informa D&B já durante a pandemia, cerca de metade
das empresas deste setor são resilientes. Este indicador analisa a capacidade de uma empresa enfrentar um
momento crítico como o atual e é construído com base em 4 dimensões: estrutura de custos; estrutura do
endividamento; margem de lucro e rendibilidade; eficiência do investimento. Por outro lado, 29% destas
empresas apresenta uma resiliência mínima ou reduzida.

O setor da panificação e pastelaria industriais representa cerca de 25 mil empregos, distribuídos por 6 096
empresas, 80% das quais com menos de 10 empregados. Destas empresas, 64% pertencem à panificação e
36% são fabricantes de bolachas, bolos e pastelaria industrial. Sendo um setor com grande quantidade de
pequenas empresas, a sua capacidade para enfrentar o futuro próximo é muito variável.

O impacto da pandemia da Covid-19 foi menor neste setor do que no restante tecido empresarial, com dois
terços das empresas do setor a registar um impacto médio ou baixo, de acordo com os dados apurados pela
Informa D&B.

Um terço (34%) destas empresas têm um risco de atraso nos pagamentos (Risco Delinquency) baixo – indicador
que reflete a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade registar um atraso de pagamentos
superior a 90 dias face aos prazos acordados a pelo menos um dos seus credores; 19% tem um risco médio-alto
ou elevado de incorrer neste tipo de incumprimento.

Em relação ao risco de, nos próximos 12 meses, uma entidade encerrar com dívidas por liquidar (Risco Failure),
52% das empresas do setor tem um risco reduzido ou mínimo, 38% registam um risco moderado e 7% um risco
elevado.

Em 2019, o volume de negócios do setor cresceu 3,5%, atingindo os 730 milhões de euros. O segmento de
massas congeladas representa 30% da faturação total do setor e está a substituir os produtos tradicionais dos
segmentos de panificação e bolos, nomeadamente no canal de hotelaria e restauração.

No mesmo ano, as exportações cresceram 7,5%, para os 258 milhões de euros, com Espanha a representar
mais de um terço (36%) deste valor.

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