Opinião | Investir ou poupar em tecnologia? A resposta não é assim tão óbvia

Por a 17 de Agosto de 2020 as 10:42
Por João Freitas, Head of Business Development da HiJiffy

Investir em tecnologia está, neste momento, longe de ser a principal preocupação dos hoteleiros portugueses, à medida que o surto do coronavírus continua e os níveis de ocupação das suas propriedades não aumentam cabalmente. Será fechar a torneira ao investimento tecnológico a melhor forma de ultrapassar esta crise?

Com o novo normal, derivado da pandemia global do COVID-19, os hoteleiros precisam de readaptar a sua estrutura e estratégia tecnológica, de forma a garantirem a maior segurança possível aos seus hóspedes.

Identificar a tecnologia que melhor se pode adaptar ao novo normal

Antes da pandemia, já muitos hotéis estavam focados em utilizar a tecnologia para elevar a experiência do hóspede. Os principais objetivos desses esforços eram aprimorar e personalizar essa experiência, tornando simultaneamente a operação do hotel mais eficiente e económica. Um exemplo desta mesma adoção de tecnologia são hotéis como a Yotel, com entradas sem chave e serviço de quartos feito por pequenos robôs, que lhe entregam pedidos como uma toalha ou uma garrafa de água. Se antes da pandemia, algumas destas melhorias tecnológicas eram vistas como nice-to-have, tornam-se agora fundamentais.

Além da adoção da tecnologia pré-pandemia para aprimoramentos da experiência do hóspede e melhorias na eficiência operacional, a tecnologia pode ser agora também aproveitada para tratar de questões de saúde e segurança, ajudando a resolver o problema da falta de confiança existente atualmente por parte dos hóspedes ao eliminar o contacto humano desnecessário. Exemplos de sistemas a implementar podem ser, por exemplo, sistemas de check-in e check-out mobiles – qual o hóspede que pretende estar na fila? -, sistemas que permitam gerir a manutenção e limpeza – de forma a garantir que as diretrizes e requisitos higiénicos são cumpridos -, e também sistemas de revenue – de forma a garantir que o pricing é o mais ajustado e eficiente possível. Afinal, de que nos vale ter uma ocupação muito elevada se o retorno for muito baixo?

A realidade é que não é expectável que os hotéis fiquem parados no tempo. É tempo de reinvenção, de adaptação, de criar novas parcerias tecnológicas de forma a atender às necessidades atuais do mercado. Só desta forma, será possível aumentar a confiança do hóspede, sem substituir a personalização da experiência, o que ajudará a subir os níveis de satisfação e a reputação online que, por sua vez, permitirá ter uma cada vez maior procura, quer nesta fase da pandemia, quer na fase da total retoma.

Desinvestir tecnologicamente não é a solução

A tecnologia é, cada vez mais, uma das principais componentes da proposta de valor de um hotel. Ter um mobile check-in e check-out, um concierge virtual (como o da HiJiffy), um sistema de revenue (RMS), chaves digitais, entre outras tecnologias fará, certamente, com que um hotel saia mais forte da pandemia. Afinal, a história prova-nos que, quem melhor investe e mais eficiente é em tempos de crise, melhor sai destes mesmos períodos.

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