AHP prevê “perda gigantesca de receita na hotelaria em 2020”

Por a 4 de Junho de 2020 as 13:42

Menos 46,4 milhões de dormidas e menos 3,6 mil milhões de euros de receita  são os piores cenários de perdas que a hotelaria nacional prevê registar este ano.
Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal, apresentou, esta quinta-feira, os resultados de um inquérito realizado pela associação junto dos seus associados e a conclusão geral é que existe “previsão gigantesca de perda de receita na hotelaria no ano de 2020”. “O grosso dos inquiridos pensa que a receita estará abaixo entre 60 e 69% no total do ano”, destaca a responsável.
Depois de um primeiro semestre que já foi “uma desgraça”, os hoteleiros portugueses têm um grau de confiança sobre a normalização do Turismo ainda este ano muito baixo. A maioria não tem qualquer confiança ou apenas uma confiança medíocre que a operação hoteleira de 2020 possa ainda apresentar resultados positivos.
Entre os principais constrangimentos apontados pelos hoteleiros portugueses à retoma da operação estão as condicionantes ao tráfego aéreo, ou seja, as poucas ligações aéreas para o país;  o medo de viajar; a inexistência de apoios financeiros ou impossibilidade de manutenção do lay off; mas também a não retoma do mercado MICE que” é muito importante porque a parte substancial da vendada hotelaria não vem da venda da cama”, explicou a responsável.
Cristina Siza Vieira explica que a redução de  preços na hotelaria não é uma solução, porque “os custos vão aumentar”. No limite, admite que vão ser realizadas campanhas ou promoções de última hora, mas não diminuição do preço. “A intenção não é esmagar preços, mas manter e fazer ajustes”, sublinha, prevendo apenas uma diminuição na ordem dos 20%  no preço médio. “A hotelaria não vai baixar os braços e não vai fazer uma entrega de produto mais barato”, reforça.

Medidas
Os resultados do inquérito constatam que 40% da hotelaria nacional recorreu às linhas de financiamento disponibilizadas pelo Governo, contudo, das restantes medidas, o ‘lay off’ foi a que reuniu mais adeptos com 90% das empresas a recorrerem a este. Os dados revelam ainda que 12% das empresas colocaram todos os trabalhadores em suspensão do contrato de trabalho, enquanto 95% das empresas colocaram pelo menos 50% dos trabalhadores em suspensão do contrato de trabalho e  63% das empresas colocaram até 30% dos trabalhadores em redução do período normal de trabalho.
Das 9,73% das empresas que não recorreram ao ‘lay off’, 99% não realizou despedimentos. Contudo, 25% das empresas dispensaram colaboradores em regime experimental, que representavam até 5% dos trabalhadores, e 36% das empresas  não renovaram contratos a termo.

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