Uma tribo humana

Por a 1 de Junho de 2020 as 9:39

O final de 2019 já nos dava muitos sinais! As organizações, através das práticas de liderança não conscientes desenvolveram a imunidade perante a mudança, deixado todo o sistema enfraquecido e muitas vezes doente. O ripple effect é sempre multiplicador e quando se rejeita a importância da vida e a natureza do ser nessa mesma vida, existe um grito silencioso que deixa muitas marcas. 

Conhecendo a lei da causa-efeito e sabendo que o efeito é sempre proporcional ao teor da causa, abracemos esta oportunidade para construir novas “causas”. Todos temos um papel a desempenhar na tribo à qual pertencemos, uma tribo humana.

A inteligência tribal, traz-nos muitos ensinamentos ao nível da agilidade perante a mudança e a relação de maturidade emocional entre o ser humano e a sua envolvente.

Ensinamentos sobre a aceitação de que tudo está em constante mutação. A escassez e a abundância fazem parte da vida, o sofrimento é uma bênção porque sem ele não saberíamos conhecer a resiliência, o lado bom e o lado mau de cada pessoa, o desequilíbrio como parte do equilíbrio e os benefícios das polaridades da natureza e do cosmos. 

As equipas de hoje, em constante mutação, são compostas por inúmeras polaridades em termos de funções, experiência, idade biológica, interesses, viagens realizadas, educação académica, conhecimento sobre a indústria. 

Como prosperar neste contexto? Como fazer destas tribos, tribos saudáveis?

Cada um deve perguntar-se, o que precisa de estar a aprender hoje para conseguir servir a sua tribo, o seu sistema?

O pensamento sistémico tem uma matriz comum com a sabedoria tribal e é já o substituto do pensamento linear.

O pensamento linear controla, assenta em procedimentos estáticos, gosta de previsibilidade, quer certezas e precisa de finitude. Este pensamento emerge durante a imposição do modelo de aprendizagem do líder (estático), atrofiando a facilitação da aprendizagem e o crescimento de abordagens criativas.

O pensamento sistémico celebra a diversidade, a mutação do contexto e a imprevisibilidade. Vive de resultados do momento, de processos em constante evolução. Resulta da infinitude, de soluções interdependentes e de comunicação sem fronteiras hierárquicas. Sabe viver na incerteza.

Hoje, os dois grandes fatores de vantagem competitiva das tribos urbanas são o pensamento sistémico (inteligência emocional) e a learning agility.

We all have a role to play, já não serve o role play! 

É urgente a transformação da ética humana deixando para trás a comparação, a competição pessoal, a identificação com uns e não com outros e a comunicação superficial. Esquecer a vingança como fonte de poder, a necessidade do reconhecimento. Deixar de viver no passado e no futuro.

As marcas (de pessoas e empresas) que vão prosperar são as que apostam hoje na na estratégia de conteúdo que honra o SER Humano. Cada um de nós é o próprio conteúdo! 

Aceitemos a transformação como um presente que a vida nos dá. Saibamos nós merecer esta grande e única oportunidade de fazer mais pela ética da humanidade.

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