Grupo Ciprotur avança com primeiro hotel cinco estrelas nos Açores

Por a 23 de Março de 2020 as 11:45
Cláudia Soares Faias

Foi na ilha de São Miguel, na cidade de Ponta Delgada, que o Grupo Ciprotur inaugurou a primeira unidade, o três estrelas Hotel Ponta Delgada, em 1993. O grupo familiar açoriano, criado pela guia turística e professora de francês, Maria Constantina Soares, e pelo marido Feliciano Soares, engenheiro civil, abriu mais três hotéis de quatro estrelas, nas últimas duas décadas, nas ilhas de São Miguel e Santa Maria, e prepara-se agora para acrescentar o primeiro cinco estrelas ao portefólio. O projeto, construído de raiz, vai nascer na freguesia de São Roque com uma oferta de 50 quartos, restaurante e spa.  A unidade ficará localizada em frente ao mar e terá um conceito ‘eco-friendly’. Estão, atualmente, a ser estudadas parcerias para que a unidade seja autossustentável no que diz respeito à captação de energia solar e tratamento de resíduos. O projeto, que irá ser erguido numa zona onde figuram dois armazéns ligados à pesca, que entretanto serão demolidos, vai manter o caráter industrial na decoração da nova unidade. As intervenções devem iniciar no próximo ano e a abertura está prevista para 2022. O foco será virado para um segmento de mercado com maior poder de compra e há ainda conceitos a serem estudados, como é o caso da possível aposta em tratamentos de talassoterapia.

A par deste novo investimento, há outros projetos em curso no portefólio do grupo familiar, que entretanto foi assumido pelos filhos dos fundadores, Cláudia Soares Faias e Tiago Soares. No ano passado, o Hotel Ponta Delgada, remodelou 50 unidades de alojamento (de um total de 98) e apostou na renovação da área de banquetes e do restaurante O Baco, que apresenta agora um novo conceito. Atualmente encontram-se a decorrer os trabalhos de renovação da receção e ampliação da área de pequenos-almoços bem como a renovação do spa, que irá oferecer duas salas de massagem, área de cabeleireiro, estética e lounge. As intervenções na unidade especializada no segmento business estarão concluídas a 27 de março.

Também em Ponta Delgada, o Antillia Hotel concluiu, em 2018, uma ampliação que acrescentou mais 20 quartos e 18 apartamentos à oferta. Atualmente com 92 unidades de alojamento, o hotel vai iniciar no próximo ano os trabalhos de remodelação das unidades de alojamento inauguradas em 2006 e das áreas públicas.

Para 2021 está também agendada a ampliação do Hotel do Mar que irá oferecer mais 12 quartos, com o objetivo de atingir as 96 unidades de alojamento. Já na ilha de Santa Maria, o Hotel Colombo foi alvo de uma intervenção de manutenção técnica em 2019, que visou as áreas do telhado, bombas de calor e painéis solares.

Operação
“A operação em 2019 começou a estabilizar após a subida de cerca de 20% das taxas de ocupação e ADR que sucederam à entrada da Ryanair no mercado aéreo e da implementação de políticas mais focadas na procura e na dinâmica do mercado. Em Santa Maria sucedeu o inverso. O destino de Santa Maria, ainda que de forma suave e contida, e à semelhança de outras ilhas, beneficiou com o arrefecimento do crescimento em São Miguel, o que, em 2019, começou a gerar impactos positivos na atividade turística”, explica Cláudia Soares Faias, administradora do grupo.

No que diz respeito aos principais indicadores, em 2019, o Hotel Ponta Delgada registou uma taxa de ocupação média de 78%, um ADR de 54 euros e um Revpar de 42 euros, com uma estada média de 2,3 noites. Já o Hotel Antillia teve uma taxa de ocupação média 63%, um ADR de 65 euros e um Revpar de 40 euros sendo a estada média de 6,2 noites.

No Hotel do Mar foi alcançada uma taxa de ocupação média de 52%, um ADR de 55 euros e um Revpar de 29 euros, com os hóspedes a pernoitarem, em média, 2,7 noites. Na ilha de Santa Maria, o Hotel Colombo “ apresentou alguma melhoria nos indicadores, apesar de serem ainda algo tímidos”, explica a administradora. A taxa de ocupação média sitoou-se nos 25% o ADR fixou-se nos 51 euros e o Revpar nos 15 euros, sendo a estada média de 4,5 noites.

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Falando do perfil do turista que visita as unidades do grupo, o Hotel Ponta Delgada tem o mercado o nacional como principal cliente, sendo o turismo de negócios o principal segmento. O Antillia Hotel é procurado pelo mercado nórdico, designadamente o alemão e o escandinavo, com foco no segmento de turismo de família e de lazer. Os hotéis Colombo e do Mar têm como principais mercados o regional e nacional e são procurados pelo segmento de lazer e mergulho.

Sobre os projetos para o futuro, Cláudia Faias descarta, para já, a aposta fora do arquipélago açoriano. “Gostávamos de nos focar na região e eventualmente fazer mais investimentos ou em São Miguel ou noutras ilhas”, esclarece.

*Artigo publicada na edição de março da revista Publituris Hotelaria

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