Novos paradigmas da tecnologia na hotelaria

Por a 27 de Novembro de 2019 as 10:35

A tecnologia existe e está mais do que entranhada em todas as vertentes da sociedade e, ignorá-la, é ignorar o progresso e deixar de parte as vantagens que ela nos traz.

A hotelaria tem tido uma aversão muito grande à modernização. Talvez explicada pelo peso que este setor de atividade tem em Portugal e pelo pensamento ultrapassado que a tecnologia e a inovação vêm “roubar” postos de trabalho.
Na verdade, o desenvolvimento tecnológico já provou que não só não diminui o emprego, como ajuda e potencia ainda a criação de novos empregos, novas funções, e áreas completas de atividade.

Mas como é que isto influencia a hotelaria propriamente dita? Pensem nos hábitos de consumo dos clientes e na forma como também isso evoluiu. Vender um quarto de hotel deixou de ser apenas uma questão prática, para se tornar numa experiência, onde o quarto é, de facto, importante mas, igualmente relevante, são todos os serviços orbitais ao alojamento.

O consumidor está cada mais exigente e o gestor de hotel assume cada vez mais um papel de customer success manager, garantindo que todos os passos da estadia, do serviço de quartos, das refeições e do atendimento, estão não só de acordo com os padrões do hotel ou grupo, mas também que cumpre as expetativas que o cliente gerou.

É aqui que a tecnologia entra e faz a diferença. Seja pela simples e fácil experiência de check in automático – ou como já vemos no alojamento local, onde os clientes abrem a porta com o telemóvel, através de aplicação ou código gerado no momento-, ou por interfaces mais elaborados de serviços de quarto, entregues por um robô.

E aqui levanta-se uma outra questão: se esta tecnologia serve, tão bem, as necessidades dos clientes, poderá ela servir também as necessidades dos profissionais da hotelaria? A resposta é sim, claro.

Na era de gestão de informação, com a big data e disciplinas como Data Mining e Data Science, já não faz sentido tomar decisões por “instinto”, baseadas na experiência, ou em dados recolhidos manualmente que, depressa, se tornam obsoletos.
Estas novas disciplinas vieram trazer uma forma de analisar enormes blocos de informação em tempo real, ensinar a máquina a analisá-los, e a automatizar processos que demoravam horas a serem executados.

Numa aplicação prática à gestão de Revenue de um hotel, um RMS – revenue management system – poupa dias de recolha de dados, horas de criação de relatórios, e mais horas de apresentação em reuniões extensas e redundantes.
Só o facto de poder aceder a um relatório em tempo real do estado do hotel, com projeções e forecast de receitas, ajuda a planear melhor as atividades e a sincronizar todos os departamentos, das vendas ao marketing, ao departamento financeiro e à própria administração.
A consequência direta é mais tempo para decisões estratégicas, planeamento e, algo que se fala cada vez mais, o bem estar geral de uma organização com trabalhores motivados, felizes e dedicados.

 Mário Mouraz, CEO Climber RMS

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