InterContinental Lisbon: “2019 é já o melhor ano de sempre do hotel”

Por a 29 de Outubro de 2019 as 9:35

O InterContinental Lisbon Hotel tem já tantos anos como estrelas. A celebrar o quinto aniversário, Maarten P. Drenth, Cluster General Manager desta unidade e também do InterContinental Cascais-Estoril, não hesita em afirmar que 2019 é ” já o melhor ano de sempre do hotel no que à performance diz respeito”.  Reposicionar a unidade no mercado MICE tem sido um dos objetivos e, em breve, será remodelada a sala de reuniões.

Maarten P. Drenth  assumiu funções na capital há perto de um ano, depois de uma carreira internacional  que somou experiências em diversas unidades da marca IHG nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Sobre a hotelaria nacional refere que há ainda potencial de crescimento, nomeadamente em “posicionar Lisboa como um destino de congressos”. A aposta na formação e “uma maior envolvência entre as entidades privadas e as públicas na promoção do destino” são dois dos aspetos que aponta como necessários à evolução do setor em Portugal.

Qual o balanço destes primeiros cinco anos de vida do InterContinental Lisbon Hotel?
O balanço é bastante positivo. Somos um hotel de referência não só na cidade, como também em Portugal e além-fronteiras. Nos últimos anos temos trabalhado de forma sólida para reposicionar o hotel no mercado MICE e dar-lhe as características e infraestruturas de um cinco estrelas. Aliás, as várias remodelações que temos vindo a fazer decorreram todas nesse sentido e esperamos que daqui para a frente os resultados sejam cada vez melhores tendo também em conta a força da marca IHG e a nossa qualidade de serviço, que todos os dias procuramos que preencha os requisitos que um cliente do mercado de luxo procura.

Quais foram os maiores desafios?

Os últimos cinco anos foram todos desafiantes, traduzem-se em trabalho de equipa em prol de um crescimento sólido e forte, tendo em vista os interesses dos nossos hóspedes, para que usufruam de momentos de conforto e requinte. De experiências únicas que os façam voltar. Pensamos no futuro com prosperidade, uma vez que vamos continuar a investir nas nossas infraestruturas e não vamos  estagnar nesse campo, porque queremos manter o nível de excelência ao qual os nossos clientes já estão habituados.

 Como correu a operação este ano e quais foram os principais indicadores?

A operação deste ano foi bastante boa dado que 2019 é já o melhor ano de sempre do hotel no que à performance diz respeito, e, desta forma, iremos fechá-lo muito acima dos anos anteriores. Mesmo estando com renovações, tivemos resultados excelentes e a expetativa é que, findas as obras, os resultados cresçam ainda mais.

 Quais os principais mercados?

O nosso principal mercado é o dos Estados Unidos, seguido do mercado europeu, de onde se destacam Portugal, Reino Unido, França e Alemanha.

 Que mercados estão a crescer e têm potencial e qual é a vossa estratégia para os atrair?

Temos registado um grande crescimento do mercado chinês, muito pela força da marca IHG que é bem referenciada na China. Sendo a InterContinental uma marca internacional de cinco estrelas, o nosso segmento é o mercado de luxo. Recebemos regularmente um grande número de clientes corporativos, principalmente devido à força dos nossos espaços para reuniões, que serão alvo de renovações brevemente. Recentemente, concluímos extensas reformas focadas em reposicionar os designs que atraem os viajantes de negócios, incluindo espaços de trabalho elevados, suites de alta qualidade e terraços exclusivos com vistas magníficas da cidade. A nossa estratégia é focada nisso, no investimento de forma a preencher os requisitos de quem procura a nossa unidade hoteleira.

 De que forma o crescimento do turismo na capital beneficiou a unidade?
Quando oiço dizer que Portugal se encontra num excelente momento em relação ao turismo, definitivamente não há qualquer dúvida disso. O mercado está ainda a sentir os benefícios do recente boom que ajudou a impulsionar o melhor desempenho hoteleiro em décadas. E Lisboa, nos últimos anos, registou um enorme aumento do número de visitantes, motivado pela atenção da imprensa internacional e por ser servida por companhias aéreas de todo o mundo. Este crescimento fez com que o número de estrangeiros em lazer aumentasse no InterContinental Lisbon, acabando com qualquer estigma que pudesse existir e que nos colasse somente ao corporate. E a força da marca IHG tem contribuído em muito para o nosso crescimento, permitindo-nos, assim, tirar melhor proveito desse boom turístico.

 Recentemente, remodelaram as unidades de alojamento. Qual foi o principal intuito?
Começámos com remodelações logo na abertura do hotel com várias áreas a serem intervencionadas, como, por exemplo, o  lobby. Depois desenvolvemos uma nova área para pequenos-almoços e eventos e mais recentemente procedemos à remodelação de todos os nossos quartos e suites. Neles podemos encontrar vários pormenores icónicos que os tornam únicos. O nosso objetivo é o de aliar o conceito do hotel à cultura local na qual este está inserido.

Há mais alguma  intervenção planeada para o hotel? 

Existem vários projetos que temos em mente, até porque estar na linha da frente significa estar sempre a inovar e ir ao encontro das expetativas dos nossos hóspedes. Mas posso já adiantar que o próximo projeto de remodelação será feito no nosso espaço de reuniões, de modo a que fique ao mesmo nível do resto do hotel.


Qual a importância da aposta de F&B para o InterContinental Lisbon Hotel?

O F&B é uma área bastante importante para o hotel uma vez que permite que partilhemos experiências com os nossos hóspedes, por exemplo, a da gastronomia portuguesa. O Restaurante Akla, integrado no lobby do Hotel mas com entrada independente através da rua Marquês Subserra, foi totalmente renovado aquando da passagem do hotel da marca Tiara para InterContinental, tal como todos os espaços de F&B. O Akla é o espaço indicado para quem quer provar sabores autênticos de Portugal, mas também do mundo e está ao comando do chef executivo Eddy Melo, que recentemente conta com a colaboração da nossa green Chef Sarah Maraval, que em setembro implementou o conceito Seagan, que consiste na sugestão de pratos com base na alimentação vegan, recorrendo ao uso pontual de elementos do mar, como por exemplo algas, algum peixe e crustáceos. Das renovações surgiu também o MY-OH-MY. Localizado no lobby do hotel, tem como oferta vários chás e várias pastelarias de assinatura exclusiva dos nossos talentosos patisseries e tudo isto ao som do piano. O Uptown é o nosso bar, um espaço trendy, sofisticado e com imenso glamour. Tem uma vasta carta de cocktails e é uma excelente alternativa ao Bairro Alto.


Quais os objetivos futuros para a unidade?

Temos como principal objetivo continuar a melhorar a qualidade do nosso serviço e do nosso produto, continuar a ser uma referência no mercado de luxo, mas também continuar a trabalhar para promover ainda mais a cidade como destino de escolha para lazer e negócios. Sentimos que a procura está a estabilizar e temos que tirar melhor partido disso. Queremos, como já tive oportunidade de mencionar, continuar a crescer, e para isso há que manter o foco na qualidade do nosso serviço, na melhoria das infraestruturas do hotel e no nosso posicionamento nos mercados de lazer e de luxo. Ao longo dos últimos anos realizamos vários investimentos para sermos vistos como uma referência de luxo na cidade e esse é um trabalho que deve ser contínuo. Isto a par com o desafio de encontrar as pessoas certas para o serviço certo. Temo-nos também focados nesse campo, porque queremos dar aos nossos hóspedes o melhor tratamento possível, para que se sintam bem connosco.


O Maarten está há um ano na capital, depois de uma carreira internacional. Que potencialidades vê na hotelaria nacional e, em específico, na hotelaria lisboeta?

O serviço prestado em Portugal é de elevada qualidade e os portugueses têm uma forma muito afável de receber quem os visita. Nota-se que têm um enorme orgulho em mostrar as suas riquezas. Portugal deve, por isso, continuar a ser um destino genuíno, sem perder a sua identidade. Não se pode deixar afetar pelo boom turístico nem procurar moldar-se aos turistas. Apesar da hotelaria lisboeta se encontrar numa boa altura, julgo que pode crescer ainda mais, de forma a posicionar Lisboa como um destino de congressos, mas para isso é necessário continuar a investir em infraestruturas, quer em espaços para reuniões quer na capacidade dos transportes na cidade, seja para dentro ou para fora de Lisboa. Julgo que o próximo do turismo em Portugal será passar de um turismo ainda muito europeu para o global. Notamos que existe um crescente interesse dos Estados Unidos no nosso destino, mas existem outras grandes oportunidades nos mercados mais distantes como a China e a Índia, por exemplo.

O que é que a hotelaria nacional tem a aprender com outros países?  

Julgo que devia existir uma maior aposta na formação hoteleira e a aprendizagem deveria ser enquadrada não só nas diferentes línguas, mas também na cultura. É importante estar a par de pequenas características de determinados mercados e culturas, como o chinês ou o indiano, para que estes clientes se sintam confortáveis e bem recebidos. Por exemplo, em Londres, Paris ou Amesterdão existem guias nos hotéis ou pontos turísticos onde a língua materna destes mercados é falada de forma fluente. Falta também uma maior envolvência entre as entidades privadas e as públicas na promoção do destino, por exemplo em São Francisco os hotéis e a Convention Bureau reúnem-se regularmente para entrarem em acordo em relação a que feiras e congressos querem realizar na cidade, sendo que os hotéis se disponibilizam para garantir as estadias em conjunto. Portugal tem também que melhorar o aeroporto, a experiência de viajante tem ainda muito para melhorar, desde do momento em que se faz a aterragem até à saída. A maioria dos aeroportos de grandes capitais, por exemplo, têm metro ou comboio dentro do mesmo. A experiência de partida também tem de melhorar, o terminal 2 do Aeroporto de Lisboa tem uma estrutura pouco guest friendly e os atrasos motivados pelos complicados acessos por carro, torna a experiência pouco agradável. Em Miami ou Amesterdão, a facilidade de entrada e saída do aeroporto são abismais e têm ligações fáceis a múltiplos destinos dentro da cidade, do país e fora.

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