Quando o Luxo se torna simplicidade

Por a 30 de Julho de 2019 as 9:32

Numa época em que os números de entradas turísticas em Portugal começam a mostrar sinais de estabilização, o que acaba por se manifestar em abrandamento devido ao crescimento da oferta de camas. Todos tentamos encontrar estratégias de procura de novos segmentos e nichos de mercado de forma a naturalmente melhorar a boa gestão através da receita versus custo versus taxa de ocupação. Surge aqui uma oportunidade.

O cliente do segmento de luxo deixou de estar necessariamente fidelizado às estrelas do hotéis. Na sua escolha pesa a qualidade do produto, o serviço e a experiência no destino. Aqui temos a oportunidade de investir no atendimento personalizado e na formação dos colaboradores para a essência da simplicidade o que se consegue não só pelas “soft skills” mas também com horas de formação on job para que todos aprendam a ler os seus clientes e a entender as suas motivações.

Este caminho leva-nos diretamente ao posicionamento ao nível de outras cidades da Europa, a verdade é que apesar de todo este “boom” continuamos a ser um destino económico que só agora começa a mostrar sinais de captação de um segmento diferente. O segredo está em fidelizar e isto apenas se consegue com serviço e atendimento personalizado e logicamente com a hospitalidade que já é uma caraterística inata dos portugueses.

Ameaça: Alterações climáticas

As alterações climáticas estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia. Junho foi um mês atípico na Europa com ondas de calor em Países como França, Espanha entre outros e com Portugal a apresentar um mês com temperaturas de primavera.
De forma prática continuamos todos a falar no tema mas ainda a fazer muito pouco.

Ponto forte: mobilidade

A mobilidade promovida com os passes acessíveis a todos, veio facilitar e muito o enquadramento ativo de profissionais de zonas geográficas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Esperamos que o investimento na melhoria dos transportes continue a ser um tema atual para que rapidamente consigamos uma linha de transportes semelhante às de outros países.

Ponto fraco: recursos humanos
Ainda temos um longo caminho pela frente para a sensibilização dos grandes decisores na hora de contratar – os processos continuam lentos, ainda valorizamos muito as competências técnicas e a experiência e pouco as “soft skills”. Neste momento grandes marcas de luxo como Louis Vuitton já procuram os trabalhadores da área de Hotelaria, a própria banca está a reinventar-se, não devemos nós também seguir esta tendência?

*Opinião de Mário Stromp Development Manager L’ And Resorts
**Artigo publicado na edição de julho da revista Publituris Hotelaria

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