Salários na hotelaria: Porto e Algarve estão abaixo de Lisboa

Por a 7 de Junho de 2019 as 9:46

Os empregados hoteleiros que trabalham na capital ganham mais do que os trabalhadores que exercem as mesmas funções no Porto e Algarve (-11% no Porto e -8% no Algarve). Os homens ganham mais do que as mulheres, principalmente em funções de direção onde se observa não só um desnível mais acentuado, como também uma predominância de titulares do sexo masculino, revela um estudo da consultora Mercer.

As expectativas de incrementos salariais no setor são algo semelhantes ao mercado geral, mas um pouco mais conservadoras. Para a generalidade dos grupos funcionais analisados, o setor situa-se na mediana, cerca de 0,5% abaixo do mercado geral (1,5% vs. 2%).

Em linha com o mercado geral, a maioria das empresas do setor da hotelaria realiza as suas revisões salariais em março (55%). Igualmente alinhado com o mercado geral, os fatores predominantes para a execução das mesmas são os resultados da organização (77%) e o desempenho individual (69%).

Em termos de habilitações, conclui-se que as habilitações literárias encontradas no setor são, em geral, abaixo das encontradas no mercado geral. Apenas 18% dos colaboradores do setor frequentaram o Ensino Superior, sendo o ensino secundário a formação mais prevalente (40%). Quanto à antiguidade, observa-se uma diferenciação significativa face ao mercado geral, onde apenas 31% da população ativa tem antiguidade na organização inferior a 7 anos. No setor da hotelaria  75% dos colaboradores está nas empresas há menos de 7 anos e 65% há menos de 3 anos.

Relativamente à população ativa no setor de hotelaria, o estudo concluiu que esta é bastante jovem (60% da população tem até 40 anos de idade, e 20% até 25 anos) em comparação com a população do mercado geral (apenas 41% dos colaboradores tem até 40 anos e apenas 3% até 25 anos). No que se refere a género, 54% da população ativa no setor da hotelaria é do sexo masculino e 46% do sexo feminino.

No que se refere à mudança, 97% dos colaboradores do setor hoteleiro querem ser reconhecidos e compensados pelos seus contributos, referindo a compensação justa, a oportunidade de ser promovido e uma liderança com um propósito claro, as três principais medidas que teriam um impacto positivo na sua situação profissional.

Para a execução deste estudo, a Mercer analisou o perfil de uma amostra de hotéis a nível nacional, caracterizando a população ativa e procedendo à análise do total cash do setor da hotelaria por título de função. Foram analisadas um total de 80 funções, desde as áreas de restauração a operações, em 90 unidades hoteleiras, distribuídas de norte a sul do país. O estudo isola os dados do setor hoteleiro do setor da restauração pois são realidades muito distintas no que se refere às práticas de remuneração, de acordo com fontes do sector.

O estudo da Mercer contou com a participação de um elevado número de unidades hoteleiras sendo que  28% dos hotéis que participaram  têm mais de 500 colaboradores, 36% têm entre 100 e 500 colaboradores, e 36% tem menos de 100 colaboradores. Do total da amostra, 77% são empresas nacionais e 23% empresas multinacionais. Relativamente ao volume de negócios, metade das empresas (50%) apresenta um volume entre os 5 e os 20 milhões de euros, 30% apresenta um volume de menos de 5 milhões de euros e 20% apresentam um valor acima dos 20 milhões de euros.

De acordo com os resultados obtidos neste relatório, a Mercer refere que o setor do turismo é a maior atividade económica exportadora em Portugal, sendo responsável, em 2018, por 51,5% das exportações de serviços e por 18,6% das exportações totais, tendo as receitas turísticas registado um contributo de 8,2% no PIB nacional.

Em 2018, o setor do turismo cresceu 8,1% para uma contribuição de 38,4 mil milhões de euros na economia portuguesa, um total de 19,1% da atividade económica do país, tendo empregado mais de um milhão de pessoas (21,8% do total). O WTTC (World Travel & Tourism Council’s) estima que, em 2019, o setor do turismo em Portugal irá crescer 5,3%, mais do dobro da média europeia, que se encontra nos 2,5%.

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