Uma perspetiva de investimento

Por a 20 de Maio de 2019 as 14:09

As transações hoteleiras na EMEA contabilizaram em 2018 um volume de investimento de 18,9 mil milhões de euros. Um decréscimo de 14% face ao ano anterior porém ainda assim um dos melhores anos de sempre.

A realidade global é o somatório das diferenças locais. Cada país encontra-se em fase de desenvolvimento diferente, ou encontra-se condicionado por questões de âmbito político. Esta realidade traduz-se por exemplo na desaceleração do mercado de investimento do Reino Unido. Um dos mercados mais consolidados da região encontra-se numa espécie de “ver para crer” por parte dos investidores internacionais os quais aguardam expectantes os contornos do Brexit.

Mas não são apenas condicionalismo políticos que afectam a apetência para investir em determinado mercado. O caso de Espanha é paradigmático. Um dos maiores exportadores de turismo do mundo, com diversas regiões turísticas internacionalmente reconhecidas, observa igualmente um abrandamento do investimento em hotelaria. Apesar de na prática se verificar um abrandamento, as razões são completamente diferentes em comparação com o Reino Unido O caso Espanhol trata-se de uma transformação da perceção de risco de investimento, estando na transição de mercado oportunístico, com milhares de milhões de euros investidos em projetos e portfolios de ativos em distress, para uma lógica de mercado core plus de médio longo prazo.

Neste contexto a contribuição do mercado português é marginal. A dimensão do mercado e respetivas oportunidades (declaradas e fora de mercado) são à escala global de pequena-media dimensão. Não deixam contudo de se marcarem pela diferença, registando-se transações numa base de preço por quarto ao nível dos mercados europeus mais maduros. Explica-se o fenómeno pela qualidade do produto, pela vitalidade dos indicadores ocupacionais e pela perspetiva de crescimento a médio prazo do mercado português.

É precisamente por este último fator que investidores internacionais continuam a apostar e marcar presença. Os próximos meses irão registar a entrada de novos players em projetos existentes, a expansão de operadores nacionais em projetos de raiz ou reposicionamento de projetos existentes, e a consolidação / aglutinação de operadores. Sem fugir à “residualidade” do contributo nacional para o investimento hoteleiro na EMEA, 2019 antevê -se com elevadas expectativas neste domínio.

Mudam-se os racionais, mantêm-se os desafios em particular no equilíbrio de expectativas de potenciais vendedores com potenciais compradores.

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