Turismo do Algarve contra aplicação de taxa turística pela AMAL
O presidente da comissão executiva da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, lamentou o anúncio da introdução de uma taxa turística no Algarve tornado público na passada sexta-feira, dia 21, pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), mostrando-se em desacordo não só com a sua aplicação, mas também com o timing´’ e o modelo escolhidos.
Esta tomada de posição de João Fernandes é subscrita pelos presidentes da Associação dos Hotéis e empreendimentos turísticos do Algarve (AHETA) e da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), as duas associações mais representativas do alojamento na região.
Sobre o assunto, João Fernandes declara que se trata “de uma decisão errada“, que surge em contraciclo com a procura turística e que pode gerar perda de competitividade para o destino Algarve. “A taxa turística não atende à realidade da concorrência, já que apenas as Ilhas Baleares, a Catalunha e a Tunísia aplicaram esta taxa, e este anúncio acontece numa altura em que se verifica uma forte retoma de destinos concorrentes do Algarve, tais como a Grécia, a Turquia, a Tunísia e o Egipto, sendo que os três últimos não estão sujeitos às regras da concorrência europeia e apresentam preços muito agressivos”, afirma.
Além disso, João Fernandes lembra que “estamos na recta final do Brexit, um processo que já fez cair o poder de compra dos britânicos devido à desvalorização da libra face ao euro e que afecta o principal mercado emissor de turistas para o Algarve, do qual ninguém antecipa ainda o desfecho”.
Por outro lado, neste momento “o Algarve enquanto destino turístico ainda está a ajustar-se à realidade criada pela falência de companhias aéreas como a Monarch, a Air Berlin e a Niki Airlines, que asseguravam a ligação da região aos seus principais mercados emissores externos, o Reino Unido e a Alemanha”
João Fernandes também estranha que não se defina “à partida, onde será aplicada a taxa turística no Algarve, e que não tenha desde logo ficado assegurado por essa via um contributo para a promoção turística do destino Algarve, tentando assim atenuar uma eventual perda de competitividade”.
O responsável também não compreende a razão pela qual não ficou definido o início da aplicação da taxa simultaneamente em todos os concelhos, o que poderá “vir a gerar desigualdades dentro da região e enfraquecer o destino como um todo”.
Por último, defende, “a taxa turística não atende à diferença entre a realidade de um destino-cidade, como Lisboa e Porto, com estadias curtas de um ou dois indivíduos, por comparação com o Algarve, destino familiar e com estadias prolongadas, para as quais a aplicação de uma taxa com estas características é mais penalizadora.”
Paulo Pedrosa
25 de Setembro de 2018 at 11:23
Caros senhores políticos, não tiveram em conta que o Algarve tem poucas alternativas ao turismo, pois este é o garante da economia Algarvia. Não ponham em causa quem vive desta actividade e sustenta os postos de trabalho privado e publico na região.
Esta actividade é sazonal – mas quando se diz sazonal não é de Março a Outubro, mas sim de Junho a 15 de Setembro. O resto do ano é para apanhar as migalhas que vão sobrando e para manter postos de trabalho.
Cumprimentos
Paulo Pedrosa