O luxo do Bairro da Bica

Por a 26 de Dezembro de 2017 as 15:59

Quem passa pelo Miradouro de Santa Catarina, mais conhecido por Adamastor, não fica indiferente ao Palácio de Verride, do século XVIII e que actualmente dá pelo nome de Verride – Palácio Santa Catarina. Se outrora foi casa do Conde de Verride, até aos dias de hoje, em que dá corpo a um hotel de cinco estrelas, foram vários os fins dados a este espaço que se apresenta discreto apesar da imponência natural da sua dimensão no topo do largo. No final da década de 60, o Palácio de Verride foi adquirido pela Caixa Geral de Depósito (CGD), que chegou a instalar no afamado Bairro da Bica o seu Gabinete de Imagem e Comunicação até aos anos 90. Passou, depois, pelas mãos da Câmara de Lisboa, que usou o edifício como sala de exposições; e foi, posteriormente, vendido aos actuais proprietários, os holandeses Kees Eijrond e Naushad Kanji.

Apaixonados por Lisboa, os promotores quiseram investir na cidade e nada foi deixado ao acaso naquele que, ainda em soft-opening (até 30 de Novembro), é um sério candidato aos primeiros lugares da lista dos hotéis mais luxuosos da capital. Mas desengane-se quem está à espera de cruzar as imponentes portas de madeira maciça e encontrar um cenário coberto de dourados ou apontamentos rococó. A neutralidade e simplicidade foram palavras chaves no projecto de design de interiores, assinado por Teresa Nunes Porto, também responsável pela recuperação, e Andrea Pevi. O ambiente do Verride – Palácio Santa Catarina, quer dos quartos, quer das áreas públicas, é contemporâneo, elegante e privilegia a luz natural, num design sabiamente conjugado com diversos elementos de origem, como os tectos trabalhados, azulejos clássicos e algumas peças de imobiliário. A conhecida luz de Lisboa e a integração da génese do edifício foram, aliás, alvo de especial atenção no projecto.

A excepção da sobriedade deste hotel de cinco estrelas vai para as duas Royal Suites. Sim, como o nome indica, são dignas de reis e rainhas e a imagem foi feita à sua altura. Com cerca de 75 m2, o quarto do ‘Rei’ destaca-se pelas madeiras trabalhadas, típicas da arquitectura oitocentista, enquanto a suite ‘Rainha’, da mesma dimensão, recorda os azulejos azuis e brancos, cobertos de paisagens. Nestas suites, o já falado rococó não só existe, como é exibido com orgulho e, mais uma vez, perfeitamente integrado. Entre os dois alojamentos encontra-se uma curiosa sala amarela, um local de convívio, mas possível de ser fechado para uso exclusivo. Os três espaços estão situados no primeiro andar e podem servir mesmo de ‘casa’ de família. O preço… é sob consulta. Mas avisamos já que as Royal Suites ascendem aos dois mil euros por noite.

Os restantes três andares do hotel são constituídos por 17 quartos, entre Deluxe Rooms, Superior Suites, a Arch Suite – nome dado pelo arco original integrado na decoração do quarto – e a Deluxe Suite; recepção, embora seja privilegiado o check-in personalizado; piscina; e rooftop, com uma vista de 360.º sobre Lisboa. Acrescem os restaurantes Criatura, situado nas arcadas do Palácio, e o Suba, no último piso, com uma vista de 360.º sobre Lisboa. Bruno de Carvalho é o nome do chefe deste espaço.

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