O Estado da Nação Hoteleira: Garantir o futuro (Cont.)
Esta é a terceira e última parte do artigo ‘O Estado da Nação Hoteleira’, publicado na edição de Junho da Revista Publituris Hotelaria, que juntou os principais grupos hoteleiros para debater a actualidade.

Patricia Afonso
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Sustentabilidade. É esta a grande questão dos dias de hoje: como é que se torna este ciclo positivo numa situação de turismo sustentável?
Manuel Proença faz uma súmula: Recursos Humanos, a escassez é dramática – principalmente em áreas como o Housekeeping e o F&B – e urge a formação profissional e fora do horário laboral: enquadramento legal e fiscal para uma competitividade com resultados; uma legislação laboral contínua. “Por favor, não mexa na legislação.” A lista contínua: solucionar a falta de capacidade aérea em Lisboa; flexibilizar os procedimentos administrativos; desenvolvimento de instrumentos financeiros, nomeadamente através da Banca; e a implementação de uma estratégia de segurança. O responsável da Hoti Hotéis termina com a necessidade de construção de “três ou quatro” centros de congressos com capacidade que permita a Portugal ser competitivo a nível europeu: Lisboa, Porto, Algarve e Madeira.
A segurança foi, aliás, um tema falado logo de início por Carlos Silva Neves: “Não gosto de ouvir que Portugal é um destino por causa da segurança. Se um dia tivermos um problema de segurança, vai ser complicadíssimo. (…) Se andamos a anunciar que temos um País seguro e se alguém entra no Colombo ou num Continente e manda um tiro… Não somos Paris, nem Londres e não conseguimos recuperar da mesma forma.” Segundo o administrador, o foco deve ser na nossa qualidade, a segurança, uma evidência do destino, mas deve ser o tal ‘segredo’ que é a alma do negócio.
A inovação e a criação de produtos diferentes, algo a que já assistimos na Hotelaria aportuguesa, são fulcrais para a sustentabilidade do negócio, enumera o responsável.
Conhecido pela sua irreverência, Carlos Silva Neves aproveitou a temática para lançar um desafio: “Acrescento uma coisa que, agora, pode parecer um disparate, mas a médio/longo prazo vai acontecer, que é as cadeias mais fortes começarem a pensar em fusões.” Fica o aviso.
Cautela e trabalho
Finalizado este debate, são várias as conclusões deixadas, como lemos nestas (extensas) linhas. Mas nunca é demais reiterar as mais pertinentes. Vivemos um ciclo positivo. Mas é isso mesmo, um ciclo. Devemos desfrutar, mas aproveitá-lo em prol do futuro, onde a ponderação nos investimentos, o equilíbrio entre os mais diversos elementos da cadeia de negócio e a concorrência saudável são fundamentais.
Portugal é um destino que está na moda, fruto de muito trabalho realizado pelas mais diversas entidades, públicas e privadas, mas é preciso continuar estes esforços para o tornar sustentável, pois a nossa vulnerabilidade é ainda muito grande, principalmente a crises mundiais, seja qual for a origem.
* Este artigo foi publicado na íntegra na edição de Junho, número 137, da revista Publituris Hotelaria
** Leia a primeira e segunda parte do artigo online aqui e aqui