86% da oferta de Alojamento Local são apartamentos

Por a 3 de Março de 2017 as 17:06

O Programa Quality, promovido pela AHRESP, desenvolveu um estudo junto de 660 empresários do sector em parceria com o ISCTE, a Sítios e com o apoio do Turismo de Portugal que faz uma avaliação do sector do Alojamento Local em Portugal.
Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, explicou que este estudo, que surge no âmbito do Programa Quality, tem como propósito dar a “conhecer do que estamos a falar”. “Nada pior do que estarmos a desenvolver metodologias para sectores ou realidades que não conhecemos”, frisa.
Teresa Monteiro, vice-presidente do Turismo de Portugal, também enalteceu a importância do estudo que o instituto público apoiou, justificando que “o Alojamento Local é hoje uma realidade incontornável, no sector do Turismo e como tal é importante conhecer esta realidade”.
O estudo visou focar três perspectivas: a caracterização dos imóveis, dando a conhecer as diferentes tipologias; conhecer o perfil do empresário do AL; e conhecer o perfil do hóspede do AL.
No que diz respeito à tipologia dos empreendimentos, o estudo, apresentado por Hélia Pereira, do ISCTE, revela que 86% da oferta é composta por apartamentos, seguindo-se as moradias com 6,5%, os estabelecimentos de hospedagem com 5,6% e os hostels apenas com 1,6% da oferta. O estudo conclui também que, antes de serem convertidos em unidades de AL, 59% dos imóveis estavam desocupados. Em 19% dos casos dos imóveis, estas passaram de arrendamento para habitação para AL e 13% eram utilizados para habitação própria.
Quanto a regras, são muitos os alojamentos que não permitem animais (77%) e ainda mais os que não permitem fumadores (81%), sendo que quase 100% tem Internet e cozinha equipada entre os equipamentos e comodidades disponibilizados.
Quanto à caracterização dos empresários, 72,4% exercem a sua actividade como pessoa colectiva, mas também a gestão do AL é a sua principal actividade económica, sendo que o mais frequente é apenas possuírem um AL (20%). Mais de metade dos proprietários tem idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos e são predominantemente licenciados (68%). O proprietário é, em 45% dos casos, o responsável pela gestão dos seus AL, gestão de reservas, pela promoção (43%) e pelo acolhimento dos hóspedes (35%).
Estes empresários consideram que as principais ameaças sentidas são a carga fiscal, as questões legais e de licenciamento (47%), a sazonalidade do negócio (41%), sendo que as oportunidades mais referidas são a procura turística de estrangeiros (85%), a percepção positiva sobre Portugal (59%) e a procura de um serviço personalizado (42%).
Este estudo revela também que as taxas de ocupação variam ao longo do ano, sendo que o mais frequente são as taxas que se situam entre os 50% e os 70 % e entre os 70% e os 90%, em função da época baixa ou alta do ano.
Em termos de operadores, a Booking é o principal meio de marcação de reservas (45%), seguido de o AirBnB, onde as reservas directas correspondem, aproximadamente, a 9%.

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